Filippo Lippi, a white slave
The taste for an artist’s adventure is a precious asset because having the gift of art and not being curious, researcher shot. A bit clueless will significantly diminish your contribution. Artists in jackets and ties, sorry, are for afternoon tea. That is why we see the genius and the hovering of disaster in the lives of these insane souls. Being singular is plural in art. To be murdered mysteriously or to spend part of his life as a white slave is undoubtedly not in anyone’s plans, at least for ordinary people, and, let’s face it, it is an excess. To influence Botticelli, who studied in his studio, to be brilliant, that is a legacy.
To understand this confusing story, let’s first talk about piracy. We currently deal with digital piracy, but the persuasive maritime piracy, particularly of the Ottoman pirates who inhabited the Mediterranean, robbed boats, took hostages, and lived on ransoms and plundering goods still in the Renaissance. You might think that this is just a fantasy, an enlarged reality. Even when I tell you that Emperor Caesar himself was made captive, you will realize the magnitude of the problem that has lasted for millennia in the Mediterranean and the Atlantic waters. They operated from the coast of Barbaria, North Africa, today Algeria, Tunisia, Libya, and Morocco.
They were the equivalent of the Pirates of the Caribbean, their great-great-grandparents, and even frequented the European and North African coasts bathed by the Atlantic, always searching for “Christian” wealth. Ireland, Azores, Istanbul, and even Greenland have dramatic reports of the action of these bandits. Valuable commodities, but mainly slaves and white slaves, were the lucrative trade that only had a significant fight in the 1830s when France conquered Algiers, ending this cycle. Between the decline of the Roman Empire and up to that date, no one could consider themselves safe sailing these seas without proper protection.
Thus Fra Filippo Lippi was made a slave, probably in his wanderings on the Tyrrhenian Sea, at the height of Naples, a vital port, route of valuable goods that arrived at all times through the Mediterranean. The best place to find tradable goods and human beings on unprotected vessels. Lippi survived, legend has it, after charcoal making a portrait of the corsair chief so perfect that he was free. Lucky Star.
Born in Florence in 1406 in an impoverished home, he lost his parents as a child when he moved in with his Aunt Mona Lapaccia, who also lacked resources, sent him to the Carmelite convent at the age of 8, thus starting his education. At the age of 14, he was admitted to the Carmelite friars in Florence, taking his vows at 16. Ordained a priest in 1425, he lived in the convent until 1432. He was very interested in drawing, nothing interested in other subjects he received from the opportunity to learn to paint. He took advantage of it like no one else. The definitive light came when he became assistant to the painter Masaccio while working at the Santa Maria del Carmine Church. Studying with Masaccio, following him, was how everyone should learn how to do well professionally at that time. Tarronia Madonna would be his work most influenced by this painter. During his stay in Prato, he fell in love with a novice named Lucrezia Buti, daughter of Francesco Buti and Caterina Ciacchi. With her, she had a son, Filippino Lippi, who also became a painter. It is a beautiful confusion if we consider family honor issues and the young woman's total misdirection, theoretically, tailored to the faith.
Little devoted to religious life, lustful, he left the monastery in 1432 by default, without an official release. Promised and forgotten loves, disastrous maritime adventures, and adequate poverty through his fault makes his return to Florence, where his talent and fame guaranteed good orders and protection for the Medici family. It is the time of The Annunciation and the Seven Saints.
He was lazy, lazy, and lying as far as possible; he left Cosimo Medici with no way out. He was locked up for Medici to work, which was of no use as Fra Filippo escaped.
Prosecutions, breaches of contract, scandals, and bad behavior complaints have been part of Fra Filippo’s way of life for the rest of his life. He died in Spoleto, painting the life of the Virgin for the vault of the cathedral. He was the first to paint the Virgin in everyday scenes. There he died in 1469. Some say that the novice Lucrezia family — whom he became pregnant — would have avenged himself because he had not married the girl. Others claim that she would be a lover disgusted with the dealings received and broken promises. In any case, he influenced and let himself be influenced by his historical moment and helped art to move forward. He was a Casanova of great speech and little physical beauty, a milestone in universal painting. Greetings Filippo!
Fra Filippo Lippi, o escravo branco
O gosto pela aventura para um artista é um bem precioso, pois ter o dom da arte e não ser curioso, pesquisador, atirado e um bocado sem noção vai diminuir muito seu dom. Artistas de paletó e gravata, desculpem, são para o chá da tarde. Por isso mesmo vemos genialidade e o rondar do desastre na vida dessas almas insanas. Ser singular é o plural na arte. Ser assassinado misteriosamente ou passar uma parte de sua vida como escravo branco com certeza não está nos planos de ninguém, pelo menos para pessoas comuns, e, convenhamos; é um excesso. Influenciar Botticelli que estudou em seu ateliê, ser brilhante, isto sim, é um legado.
Para entendermos esta história confusa vamos primeiramente falar de pirataria. Não a pirataria digital que nós atualmente lidamos, mas a efetiva pirataria marítima, particularmente dos corsários otomanos que habitavam o mediterrâneo, assaltando barcos, fazendo reféns, vivendo de resgates e pilhagem de bens ainda na renascença. Você poderia pensar que isto é apenas uma fantasia, realidade ampliada, mas quando eu disser para você que o próprio César foi feito cativo, você vai perceber o tamanho do problema de durou milênios nas águas do Mediterrâneo e Atlântico. Eles atuavam a partir da costa da Barbária, Norte da África, hoje Argélia e também na Tunísia, Líbia e Marrocos. Eram o equivalente aos Piratas do Caribe, seus tataravós, e chegavam a frequentar as costas europeias e do norte da África banhadas pelo atlântico sempre a busca de riquezas “cristãs”. Irlanda, Açores, Istambul e até Groelândia tem relatos dramáticos da ação desses bandidos. Mercadorias de valor, mas principalmente escravos e escravas brancas eram o lucrativo comércio que só teve um combate a altura na década de 1830 quando a França conquistou Argel, terminando esse ciclo. Entre o declínio do Império Romano e até esta data ninguém poderia se considerar a salvo navegando por esses mares sem a devida proteção.
Assim Fra Fillipo Lippi foi feito escravo, provavelmente em suas andanças pelo Mar Tirreno, na altura de Nápoles, um porto vital, rota de valiosas mercadorias que chegavam a todo momento pelo Mediterrâneo. Definitivamente o melhor lugar para encontrar mercadorias e seres humanos comercializáveis dentro de embarcações desprotegidas. Lippi sobreviveu, conta a lenda, depois de fazer a carvão um retrato do chefe dos corsários — tão perfeito — que lhe valeu a liberdade. Estrela da sorte.
Nascido em Florença em 1406 em um lar muito pobre perdeu seus pais ainda criança quando foi morar com sua Tia Mona Lapaccia que também não tendo recursos, o encaminhou para o convento Carmelita aos 8 anos de idade, assim iniciando sua educação. Aos 14 anos foi admitido entre os frades carmelitas, em Florença fazendo seus votos aos 16 anos. Ordenado sacerdote em 1425 morou no convento até 1432. Muito interessado em desenho, nada interessado em outras matérias, recebeu do prior a oportunidade para aprender a pintar. Como ninguém ele a aproveitou. A luz definitiva veio quando se tornou ajudante do pintor Masaccio, durante os trabalhos na Igreja Santa Maria del Carmine. Estudar com Masaccio, segui-lo, era como todos deveriam aprender o bem fazer profissional a esse tempo. Tarronia Madonna seria seu trabalho mais influenciado por este pintor. Durante sua estada na cidade de Prato, apaixonou-se por uma noviça chamada Lucrezia Buti filha de Francesco Buti e Caterina Ciacchi. Com ela teve um filho Fillippino Lippi que também se tornou pintor. Uma bela confusão se considerarmos questões de honra da família e o total desencaminhamento da jovem, teoricamente, talhada para a fé.
Pouco vocacionado para vida religiosa, lascivo, saiu do mosteiro em 1932 à revelia, sem uma liberação oficial. Amores prometidos e esquecidos, aventuras marítimas desastrosas, efetiva pobreza por sua própria culpa faz com que ele volte à Florença onde seu talento e fama garantiu boas encomendas e proteção da família Medici. É o tempo de A Anunciação e os Sete Santos.
Muito indolente, preguiçoso, mentiroso até onde podia, deixou Cosimo Medici sem saída, e teve que trancafiá-lo para que ele trabalhasse, o que de nada adiantou pois ele escapou.
Processos, quebras de contrato, escândalos queixas por mal comportamento fizeram parte do jeito de ser de Fra Fillipo, por toda a vida. Morreu em Espoleto pintando a vida da Virgem para a abóboda da catedral. Foi o primeiro a pintar a Virgem em cenas do cotidiano. Ali morreu em 1469. Uns dizem que a família da noviça Lucrezia — que ele engravidou — haveria se vingado pois não havia casado com a moça. Outros afirmam que seria uma amante revoltada com os tratos recebidos e promessas quebradas. Seja como for influenciou e se deixou ser influenciado por seu momento histórico e ajudou a arte a seguir em frente. Era um Casanova de grande lábia e pouca beleza física, um marco na pintura universal. Salve Fillipo.